25 de fevereiro de 2014

Um niquinho de gente

A Júlia fez 2 anos há pouco mais de um mês.
Quando o Xavier tinha esta idade, eu já não o via como um bebé. Estava já grávida da irmã e tentava incutir-lhe o máximo de independência para que a transição não fosse tão difícil, mas a verdade é que ele sempre foi... como dizê-lo... bem, independente é mesmo a palavra mais aproximada que encontro.

Hoje olho para Júlia e vejo-a ainda como uma bebé. Talvez porque é a mais nova.
Talvez por ter ainda pouco cabelo. Talvez pela carinha de bebé. Talvez porque ainda mama.

Sim, ela ainda mama. E não parece ter vontade de deixar tão cedo.

Mas a Júlia é cada dia menos um bebé. Um niquinho de gente e já sabe muito bem o que quer.
Está a aprender rapidamente a falar e usa essa nova habilidade sempre que precisa ou lhe apetece.
Reclama o seu lugar em casa e na família com um peremptório "a Júia!" quando se pergunta quem quer alguma coisa (banho, jantar, ou qualquer outra coisa que ela queira - e ela quer sempre tudo).

Costumo dar a escolher aos miúdos o que querem comer ao pequeno-almoço. O Xavier pede quase invariavelmente papa. Mas a Júlia não. Todos os dias é diferente: "ciais" com "eite" (cereais - cornflakes - com leite), "itas" com "eite" (estrelitas com leite), papa (sim, também há dias que quer papa) e há dias que até pão com manteiga pede (mas normalmente é quando me vê a comê-lo). Ontem, antes de deitar, disse-lhes que estava na hora de comer qualquer coisa e saiu-me com um "gute!!". A sério? Não queres uma bolacha como o mano? "Gute!" Pronto... E lá lhe dei iogurte caseiro, natural, sem açúcar. E comeu-o todo, muito satisfeita.
Esta piolha, que se vê um caramelo ou outra guloseima devora tudo com entusiasmo, também pede lanches sem açúcar e come-os com a mesma vontade com que ataca os mais doces. Muito direitinha à mesa, pedindo o "bâbete".

Só apetece estrafegá-la com beijos!

No caminho da creche vai sempre a tagarelar. Pede canções, aponta os passarinhos e conta os carros (sim, os meus putos gostam de números...). Quer apanhar as folhas, escolhe a risca vermelha do passeio para andar.

Adora o "wiwi", o irmão, imita-o, segue-o, mas já não lhe atura os autoritarismos! E se se chateia, o Xavier bem corre o risco de levar um murro na cabeça!

É aventureira, corre para as coisas, testa os seus limites, atira-se sem medo! E por incrível que pareça, cai menos do que seria de esperar, apesar de correr como se estivesse em permanente desequilíbrio, prestes as espalhar-se ao comprido.

Uma caganita alegre, espertalhona, toda despachada, como dizem na creche, que caminha a passos largos para deixar de ser bebé, mas ainda pede maminha para dormir ou quando vem para casa. Que dá uns beijinhos e uns abraços apertados mas também cruza os braços e amua como uma miúda crescida.

Ó meu niquinho de gente, porque cresces assim tão depressa? Fica bebé só mais um bocadinho....

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